O coronel Edgar Soares, que foi refém de fugitivos de uma rebelião da Penitenciária de Contagem em 1990, morreu no final da manhã desta quinta-feira (18/4), em Belo Horizonte. Vítima de insuficiência coronária e pulmonar, ele tinha 80 anos e estava internado há duas semanas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Luxemburgo, na Região Centro-Sul da capital mineira. Soares, que também foi fundador da Academia de Letras da PMMG, deixa quatro filhos.
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꧃Segundo ele, a PM não estava preparada para enfrentar um sequestro, ainda mais com um membro interno da corporação como refém. "Estávamos pisando em ovos. O lema sempre foi preservar a vida do refém. Depois desse episódio, a PM fez um estudo do caso. Foram analisados os erros e acertos, todos. Foram analisados os recursos que faltaram. Hoje esse estudo está completo e é a referência caso aconteça qualquer caso semelhante”, diz Meirelles.
Relembre o caso
A rebelião começou por volta de 10h30 do dia 24 de agosto, quando o monitor Gilson Rafael Alves de Oliveira, e dois colegas, serviam o almoço, no Pavilhão 2. O grupo de prisioneiros liderados por Sebastião Pereira, o Tiãozinho, iniciou a revolta. Os cinco detentos levaram três funcionários da Fundação Getulio Vargas e dois monitores do presídio para o pavilhão 6, onde renderam a capitã Luciene, os tenentes Alexandre Lucas e Maurício Chaves Rodrigues e o sargento Luiz Gonzaga. Os cinco presos justificaram a revolta acusando a direção da penitenciária, que era comandada pelo major Marcelo Alves Assis de Toledo, de cometer torturas e espancamento dos presos. Os rebelados exigiram um carro forte de uma empresa mineira, o que lhes foi entregue. A essa altura, o Coronel Edgar já estava em poder do grupo, que seguiu pela BR-381 no sentido Sul de Minas. Um comboio de 60 veículos, das polícias Militar e Civil, foi atrás dos fugitivos, em perseguição. A operação foi comandada pelo Coronel Amauri Meirelles e pelo delegado Nilton Ribeiro. Com contou o Coronel Edgar, o plano dos rebelados era aproveitar a escuridão para despistar a polícia.
🌊Os fugitivos ainda invadiram uma casa em Juiz de Fora, com o coronel como refém, e por lá ficaram por vários dias. No nono dia, a PM tenta invadir a residência. Tem início a Operação Salvamento, com atiradores de elite a postos. Acontece uma troca de tiros. Dois fugitivos ficam feridos e se rendem.
🌸No 12º dia, o restante do rebelado se entrega, com o Coronel Edgar a salvo.